Blog amigos da rainha

sábado, 8 de agosto de 2009

"Vou cantar Michael Jackson"

Daniela Mercury estreia o projeto Canibália, que inclui show, CD, DVD e uma exposição. A cantora baiana diz que vai trazer seus afetos para o palco. Vai interpretar Roberto Carlos, Chico Buarque, Dorival Caymmi e até músicas do ídolo pop.

"A curiosidade me mobiliza", diz Daniela.

Um show para celebrar seus afetos e a mestiçagem brasileira. É assim que Daniela Mercury define seu novo espetáculo, Canibália, que tem estreia mundial neste final de semana (dias 7 e 8 de agosto, no Citibank Hall) com previsão para durar três anos e passar por diversos países.

O primeiro bloco terá uma homenagem à dança, primeira arte de Daniela e que sempre esteve presente em suas apresentações. “A dança é a expressão artística que me levou para o palco e é o meu primeiro amor”, diz a cantora.

Os outros afetos da artista aparecerão em forma de música. Os compositores Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Raul Seixas e Roberto Carlos estão no roteiro. Na canção Como nossos pais, Daniela faz uma homenagem a Elis Regina (1945-1982). A cantora ainda pretende surpreender o público com uma performance de Black or White, de Michael Jackson, morto no último mês de junho.

A música da Bahia, terra natal de Daniela, aparece nos sambas de roda e afro, que são apresentados na batida tradicional e na mistura com a música eletrônica, gênero lançado por Daniela nos CDs Eletrodoméstico e Carnaval Eletrônico.

Além do show, fazem parte do projeto Canibália dois CDs, um DVD, dois documentários, uma exposição de artes e uma instalação musical. As datas desses lançamentos ainda não foram divulgadas. O cenário do show e o design da capa do novo CD são assinados pelo artista plástico Gringo Cardia.

No final do mês (dias 21, 22 e 23 de agosto, no Canecão), Canibália chega ao Rio de Janeiro. Ainda neste semestre, a turnê deve passar por Portugal, Argentina, Uruguai e Chile. No próximo ano, o show irá para Espanha, Itália, França, Suíça, México e Estados Unidos.

Em entrevista a ÉPOCA, Daniela revela detalhes do roteiro e do repertório do show, como as homenagens que faz a Michael e a Elis, e ainda fala como faz para manter a boa forma aos 44 anos de idade.

ÉPOCA - Você apresenta o projeto Canibália como um "Manifesto de Afeto". De que maneira isso será mostrado ao público?
Daniela Mercury - Começo o show dançando. A dança é parte fundamental dentro desse espetáculo. É a expressão artística que me levou para o palco e é o meu primeiro afeto. Ainda na primeira parte do show, homenageio os sambas, os sambistas e os ritmos negros, por meio das batidas de candomblé, sambas de roda e outras variações de samba, como o samba afro do ilê. Interpreto canções de Dorival Caymmi, Ary Barroso, Vinícius de Morais, Chico Buarque e Carmen Miranda. Na segunda parte, homenageio todos os criadores e criaturas da arte com a canção Trio em Transe, que fará parte do CD Canibália. Ainda canto Legião Urbana, Titãs, Chico Science, Raul Seixas, Roberto Carlos e Michael Jackson. Canto também Elis Regina, que representa a MPB dentro do espetáculo. Faço também um medley de rock em que contemplo o rock in roll como gênero, citando obras importantes de artistas que eu adoro. E, na última parte, trago a mistura mais recente da eletrônica com batida de candomblé e samba. Enfim, nesse show, grande parte dos meus afetos estará representado no palco.

ÉPOCA - Você vai mostrar pelo menos duas canções novas, como Oyá por Nós e Sol do Sul, feita em parceria com seu filho (Gabriel Póvoa). O show terá músicas de seus discos anteriores também?
Daniela - Nesse show, canto muitas músicas do projeto Canibália, como Samba da Minha Terra, Trio em Transe, O que Será, A Vida é um Carnaval, Preta, Tico-Tico no Fubá... Também canto músicas dos álbuns anteriores, predominantemente os samba-reggae, como Batuque, Ilê Pérola Negra, O Mais Belo dos Belos, Por Amor ao Ilê, entre outras.

ÉPOCA - Nesse show você vai cantar O que é que a baiana tem do repertório de Carmem Miranda. A Carmem já foi citada por você outras vezes. Qual a influência dela na sua arte? Como você se identifica com ela?
Daniela - Carmen é uma inspiração por sua expressividade, alegria, por sua virtuosa interpretação de sambas com um suingue fantástico. Ela realmente dominava a cena.

ÉPOCA - Neste projeto você vai misturar vários elementos de nossa cultura, como a dança, religião e diferentes vertentes da nossa música. Como você se abastece disso tudo?
Daniela - Viajo muito e, desde criança, estou no palco. Vejo muitos espetáculos, visito museus, acompanho as tendências de moda, buscando compreender cada vez mais sobre a cultura brasileira. Abasteço-me engolindo o mundo desde a hora em que acordo até a hora em que vou dormir. A curiosidade me mobiliza.

ÉPOCA - O show havia sido anunciado para o primeiro semestre deste ano. Por que você decidiu estrear somente agora?
Daniela - Eu participo de todas as etapas dos meus projetos e, no primeiro semestre, ainda não havia conseguido finalizar o álbum e queria lançar o show e o CD ao mesmo tempo. Agora, o álbum vem junto com a estreia do show Canibália.

ÉPOCA - Como está sendo a rotina de ensaios para esse show?
Daniela - Ensaiei esse espetáculo durante dois meses. Começava, todos os dias, às 10 horas da manhã com a parte de dança. Esse ensaio só acabava as 4h da tarde. Logo depois, eu começava a ensaiar com a banda e só parava por volta das oito horas da noite.

ÉPOCA - Você acaba de completar 44 anos de idade e muita gente comenta sobre sua forma física e seu vigor no palco. Quais os cuidados você tem com o corpo?
Daniela - Danço desde criança e, além disso, sempre faço aulas de hidroginástica, exercício localizados, pilates e um pouco de "power yoga". Também cuido bastante de minha alimentação, que é sempre muito saudável e equilibrada.

ÉPOCA - Dificilmente você expõe sua casa, seus filhos e seu marido em revistas e na TV. Mesmo assim, no ano passado, você foi vítima de um boato que dizia que você tinha um relacionamento com uma mulher. Como você lida com isso?
Daniela - Acredito que exatamente por ser discreta, exista mais curiosidade sobre minha vida pessoal, daí a criação desses boatos.

ÉPOCA - Você é uma das artistas brasileiras que mais fazem show no exterior, principalmente nesse período de verão europeu. Neste ano, em que o mundo ainda se recupera da crise econômica, houve uma redução na procura por shows nesses países?
Daniela - Realmente os países estão sofrendo com a crise e isso é notório. Mas, talvez por já ter uma carreira internacional estabelecida, não senti mudanças com relação à agenda de shows.

Fonte: Época

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