Enfim, Canibália!

Valeu a pena esperar! Quem conferiu de perto a nova turnê de Daniela Mercury garante que o show Canibália é um dos mais belos e vibrantes da artista. Um show alegre, vibrante, misturado, que foi de Michael Jackson a Carmem Miranda, mas sem perder sua essência eminentemente baiana. vestida de branco, como uma verdadeira filha de Oxalá, Daniela mostrou no palco porque é reverenciada como rainha.

O show tem início num solo da artista, mostrando o seu lado bailarina. Em seguida, um samba de roda mostrou aos paulistanos que conferiram à estreia no Citibank Hall que, apesar de ser do mundo, Daniela Mercury é, antes de tudo, uma menina baiana. No show em que bailarinos descem de cordas suspensas no palco, Daniela canta clássicos como "Preta Pretinha", "Ilê Pérola Negra", "O que será", de Chico Buarque, "Batuque", "Tempo Perdido", "Eu nasci há dez mil anos atrás", "Se você pensa", "A Cidade", misturando ícones da música brasileira até encerrar o medley com uma versão surpreendente de "Black or White", de Michael Jackson.

Do novo disco, que está pronto para sair do forno, vieram Sol do Sul, Oyá por Nós, O que é que a baiana tem numa versão eletrônica, Preta, Trio em Transe. De branco, o figurino passou para o vermelho. Canibália é uma explosiva mistura de ritmos, de cores, de danças, de evocação ao mundo, ao Candomblé, a miscigenação, ao negro, à arte, à dança. Canibália é a síntese de uma artista que não ousa em misturar, que tem sede de novidade e não se cansa em surpreender. E que venha o novo disco!