Blog amigos da rainha

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Daniela Mercury de todos os cantos

No último final de semana cerca de 30 mil jovens passaram pela Vila Folia, em Parnamirim, para os dois dias do Coca-Cola Zero Festival. Chiclete com Banana, Aviões do Forró, Netinho, NX Zero e muitas outras atrações se revezaram no palco do evento numa mistura de tribos, ritmos e muita música. O Festival trouxe de volta à Natal a cantora baiana Daniela Mercury, que apresentou o show Ballet Mulato, no segundo dia do evento. Prestes a comemorar 20 anos cantando, com mais de 10 milhões de discos vendidos, 13 turnês pela Europa e 1 Grammy Latino conquistado (Daniela foi premiado com o Grammy Latino 2007, na categoria Melhor álbum de Música Regional ou Raízes Brasileiras). Antes do show, Daniela bateu um papo com a reportagem especial do caderno Diversão & Arte, onde falou sobre novo disco, carreira internacional, dos 15 anos do estouro do disco Canto da Cidade, da possibilidade de voltar ao Carnatal 2008 e do fato de ter sido comparada pela intelectual americana Camille Paglia com a mega star Madonna mais uma vez. Confira!

Diversão & Arte - O Coca-Cola Zero Festival propõe uma mistura de ritmos e você é uma artista que sempre dialogou com a música pop sem perder a sua percussividade, sua baianidade e sem perder a essência do seu trabalho. Como isso funciona?
Daniela Mercury - É tudo muito espontâneo, acho que trago a nossa mistura brasileira no meu trabalho. Somos um povo misturado por natureza. Eu só trago um pouco disso pra música.

D&A - Não existe uma seleção de músicas com perfil baiano e carnavalesco e outras mais lentas e pops?
DM - Não existe. Basta você lembrar que meu primeiro especial da Rede Globo, há 15 anos, trazia participações de Tom Jobim, Caetano Veloso, Herbert Viana e o Ilê Ayê. Quer mistura mais gostosa e brasileira? Atualmente to compondo o repertório do disco novo e não penso nisso!

D&A - Você ainda compõe com o quadril?
DM - Claro! Preciso sentir a música no corpo.

D&A - Você também se permite a experimentar seu trabalho musical em outras vertentes.
DM - Adoro reinventar o meu trabalho. Experimentei muito disso cantando na noite, em barzinhos de Salvador. Sempre busquei novas formas de cantar o meu repertório de todas as noites. Também não tive medo de mudar o percurso do meu carnaval (referindo-se a ser a primeira grande artista baiana a deixar o circuito do carnaval do Centro pelo roteiro Barra-Ondina). Não tive medo de baixar as cordas do meu bloco e fazer um carnaval mais democrático. Gravei um CD só com músicas remixadas por grandes DJ´s da cena eletrônica brasileira (Carnaval Eletrônico - 2004/BMG) e também gravei um CD só com músicas lentas (Clássica - 2005/Som Livre). Acho que sou assim e nunca vou me aquietar.

D&A - Temos a chance de vê-la mais vezes por aqui?
DM - Gostaria de estar em Natal com mais freqüência, vim muitas vezes com os shows do Suingue da Cor e o Canto da Cidade no início da minha carreira. Antes de ser uma artista brasileira, sou uma cantora nordestina que viu seu trabalho acontecer aqui antes de qualquer lugar me conhecer. Foram os nordestinos que moram em São Paulo que colocaram meu trabalho nas paradas brasileiras, no show do MASP/SP que foi o divisor de águas da minha carreira. Não sei, acabei de receber um convite e vamos ver se dá certo voltar ao Carnatal.

D&A - Recentemente uma grande intelectual americana afirmou que você é a Diva Brasileira que Madonna gostaria de ser. Não é a primeira vez que te comparam com a "Material Girl".
DM - Não ligo muito para a comparação. Admiro muito a artista e o mito que Madonna é pra qualquer artista. O texto de Camille pra mim foi uma surpresa e com certeza a maior honraria que já recebi em toda a minha carreira. Acho que a gente trabalha pra isso, pra ser reconhecida pela maior quantidade de pessoas.

D&A - Você está comemorando em 2008, quinze anos do lançamento do disco Canto da Cidade, maior sucesso de sua carreira. O que Daniela Mercury espera para os próximos 15 anos?
DM - Espero ser tão feliz quanto fui até hoje. Espero continuar me comunicando através da minha música. Em 2009 vou estar comemorando 10 anos do trio eletrônico com muitas surpresas, to finalizando disco novo... Enfim, quero continuar sendo compreendida por muito mais pessoas como Camille Paglia e como você.

Fonte: Jornal de Hoje

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