Blog amigos da rainha

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Daniela Mercury - Música no closet!

Os últimos seis meses têm sido agitados na casa de Daniela Mercury, 43 anos, em Salvador. Produtores, músicos, instrumentos, fios e equipamentos se misturam aos empregados, filhos e cachorros que circulam pela casa da cantora. O motivo? As obras do estúdio, que atrasaram. Com a urgência de gravar o novo disco, ainda sem nome, que será lançado no início de 2009, Daniela transformou sua casa em um grande estúdio para adiantar a produção do trabalho. ''Todo mundo ficou na parte mais íntima da minha casa, no meu quarto. Tem instrumentos de cordas, madeira, percussão, tem sido uma experiência diferente. É uma loucura!'', diverte-se Daniela, que já divulga a música de trabalho que assina com o filho, Sol do Sul.

''Quis homenagear a América do Sul, estou numa fase muito leve da minha vida, quero levar o sol para as pessoas.'' Para a cantora não existe tempo ruim. Nem mesmo quando um dos técnicos de som descobriu que o seu closet era o lugar perfeito para gravar. ''Fico cantando no meio das roupas, é divertidíssimo'', conta.

Os filhos, Gabriel Povoas, 22, e Giovana Povoas, 21, estranharam um pouco a idéia no início, mas acabaram entrando no clima. ''É engraçado porque eu passo o dia ouvindo a mesma música. Teve um dia em que eu queria estudar e não conseguia. Mas eu me acostumei, foi divertido. A casa ficou uma loucura e eu adoro casa cheia'', conta Giovana, que também é bailarina.

''Foi uma confusão arretada, ainda bem que estamos de mudança para o estúdio, que finalmente ficou pronto. Ao mesmo tempo tinha sol, piscina, uma energia boa. Tem sido muito bom trabalhar e conviver com minha mãe, que é artista, e ter contato com o pessoal da música. Tudo está sendo válido'', afirma Gabriel.

Vista para o mar

A ''rotina'' da cantora não foi muito alterada, apesar dessa palavra quase não fazer parte de sua vida, diante de uma agenda tão atribulada de compromissos profissionais que tem de cumprir. ''Meu sonho de consumo é ter um guarda-roupa, minha cama e os meus cachorros por perto. Não paro em casa, minhas roupas vivem dobradinhas nas malas e raramente durmo na minha cama'', explica a cantora. ''Parei um pouquinho mais por causa do disco. Antes disso, eu costumava estender mais as viagens. Tinha dias em que eu acordava, ficava na piscina até umas 13 horas e ia fazer ginástica. O pessoal abria as portas da casa e eu dizia que podia começar a tocar, que eu iria prestar atenção lá da piscina'', lembra Daniela, soltando uma gargalhada.

''Graças a Deus a minha equipe é formada por amigos. O clima é muito caseiro, gostoso, com vista para o mar. Sinto falta de casa, adorei ficar mais aqui. Agora que as obras do estúdio acabaram, vamos começar a mudar para lá. A equipe está arrasada, porque não vai mais comer a comida da dona Maria'', diz referindo-se a uma das suas cozinheiras.

Histórias do passado

Ao longo da conversa sobre as gravações do novo CD, Daniela se pega falando e relembrando histórias dos filhos ainda pequenos. ''Uma vez o Gabriel me perguntou por que eu tinha de ir onde o povo estava ao invés de o povo vir para Salvador, onde eu morava. É bonitinho, né? Eu viajava muito, e ele me queria mais perto'', conta ela, que hoje tem o filho ao seu lado no trabalho. ''Fiquei muito feliz quando ele decidiu fazer música, mas alertei que é uma carreira cansativa, de muito trabalho e autônoma, mas ele falou que já não conseguiria viver sem música, que eu o tinha colocado nesse caminho'', diz.

''Não sei se posso dizer que minha mãe é minha fonte de inspiração, mas não há como negar que me influenciou muito, por eu ouvir muita música desde criança. Acho que não escolhi fazer música, fui escolhido'', afirma Gabriel, que garante ter uma ótima relação com a mãe também no trabalho. ''Sempre existem opiniões diferentes, mas, como existe uma hierarquia óbvia, dou a minha opinião e ela ouve. Porém, ela tem a palavra final, é a diretora artística e indica os meios. É uma troca diária.''

Seguindo os passos

A filha caçula, que além de bailarina dá os primeiros passos como produtora musical - ela produziu sozinha o disco Pandeirando, do namorado, Emerson Taquari, percussionista da banda de Daniela -, é outro orgulho da mãe. ''É estimulante produzir um trabalho, principalmente algo em que acredito. Fiquei encantada, mas minha mãe ficou um pouco enciumada na época'', diz.

''Giovana virou um elo importantíssimo. Em alguns momentos nossas opiniões divergem, às vezes eu a deixo fazer o que quer e em outras eu peço para fazer. Nana, como eu a chamo, reclamava que em algumas ocasiões eu fazia vários elogios ao seu trabalho, já que ela também assina a direção de dança dos meus shows, mas depois eu fazia críticas. Então, passei a me controlar mais para não deixá-la triste com muitas críticas e dou minha opinião aos poucos.''

Giovana rebate com humor. ''É difícil, porque ela é leonina com ascendente em Touro e, por isso, tem personalidade forte (risos). É uma pessoa muito criativa, quando eu tenho uma idéia diferente da dela é difícil me impor. Mas ela me escuta, pois falo o que penso quando não acho uma coisa legal. Sei me colocar.'' Divergências à parte, a família é unida e trabalha unida. E o que é melhor: com bom humor de sobra.

Fonte: Contigo! (edição 1735)

Nenhum comentário: